segunda-feira, 6 de abril de 2009

Notícias da Câmara de São Paulo: Debates - Debates - Câmara debate desafios do SUS na capital, falta de financiamento foi um dos problemas citados



O objetivo do vereador Natalini foi discutir quais são as novas propostas do SUS

Refletir sobre as conquistas e problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital paulista foi o tema da mesa redonda organizada pelo vereador Gilberto Natalini (PSDB) nesta segunda-feira (06/04), na Câmara Municipal. O objetivo do vereador foi fazer um debate sobre as políticas gerais do SUS . “Vamos discutir o que foi feito e quais são as novas propostas globais do Sistema”, disse Natalini.

Para expor as políticas municipais de saúde pública a mesa redonda contou com a presença de José Maria da Costa Orlando, secretário adjunto de saúde. Segundo ele, as diretrizes atuais da Secretária são: ampliação do acesso, fortalecimento da atenção integral, aprimoramento da capacidade gestora, fortalecimento da rede informatizada e das ações entre as secretarias e os setores.

Para atingir essas diretrizes a Prefeitura de São Paulo criou, além das 115 AMAs, os programas Mãe Paulistana, Remédio em Casa, Assistência Farmacêutica, Acompanhamento do Idoso, Unidades de Atendimento Domiciliar e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “Quatro AMAs Sorriso serão criadas para atender a população nas UBSs Vista Alegre, Vila Progresso, Sacomã e Jardim República”, afirmou Orlando.

Renato Azevedo Junior, vice-presidente Conselho Regional de Medicina (CRM), acredita que “o SUS é a maior conquista social do povo brasileiro desde a abolição da escravatura”. Para ele, o grande problema do Sistema é o financiamento insuficiente. “A tributação no País é extremante injusta, os 10% mais ricos pagam menos impostos. Esse dinheiro faz falta na saúde pública brasileira”. Outro problema elencado por ele é o abatimento de imposto para quem paga planos de saúde. “Por lei, os planos de saúde deveriam ressarcir o SUS cada vez que realizam um atendimento, mas isso não acontece”, disse ele.

Jorge Carlos Machado Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina ( APM), citou mais um entrave para a saúde pública no Brasil. “ Há uma lei sobre regulamentação do financiamento da saúde parada há dez anos em Brasília, precisamos nos mobilizar para que ela seja votada e aprovada”, disse Curi.

O vereador Natalini explicou que juntando as verbas federais, estaduais e municipais são gastos 200 dólares com a saúde de cada brasileiro por ano. “ É muito pouco, na Argentina são 600 dólares, por exemplo”, disse ele.

Além do vereador Natalini, do secretário adjunto da Saúde, do vice- presidente do CRM e do presidente da APM participaram da mesa José da Silva Guedes, titular do Departamento de Medicina Social da Santa Casa de São Paulo; Monique Marie M. Bourget, diretora da Sociedade Brasileira Médico da Família; José Luiz Gomes do Amaral, presidente Associação Médico Brasileira; Luciano Artioli, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas; Emil Hazuk, presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo; e o vereador Jamil Murad (PC do B).

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