Uberlândia é a 2ª em ranking de saneamento

Estudo considerou condições em 79 cidades com mais de 300 mil habitantes

Em 1978, Uberlândia era uma cidade de 220 mil habitantes. Técnicos do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) elaboraram, àquela época, um plano diretor no qual foram previstos o crescimento populacional para até um milhão de moradores e a necessidade de investimento contínuo na construção de novas infraestruturas e a manutenção das redes de água e esgoto da cidade.

Mais de duas décadas depois, o planejamento da autarquia municipal surte efeito. O Instituto Trata Brasil (uma Oscip - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - que pesquisa as condições de saneamento nos principais municípios brasileiros), divulgou oficialmente em seu site o Ranking do Saneamento nas 79 cidades do País, com mais de 300 mil habitantes, em que Uberlândia aparece na segunda colocação. O instituto credita essa posição ao avanço nos serviços de tratamento de esgoto realizado pelo Dmae.

O diretor-geral do órgão, Epaminondas Honorato Mendes, comemora a posição de destaque. “Nos últimos quatro anos, a cidade chegou a investir aproximadamente R$ 50 milhões na infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto para garantir um bom atendimento à população. Houve momentos em que mais de 50% do orçamento do Dmae estiveram comprometidos com obras de infraestrutura. O grande fator responsável pela boa colocação é o investimento continuado e a política forte no sistema de água e esgoto, sempre calcados no plano diretor”, afirma Mendes.

Em correspondência ao Dmae, o diretor executivo do Instituto Trata Brasil, Raul Pinho, declarou que “a situação do saneamento em Uberlândia é uma exceção na realidade brasileira e que exemplos como o do Município devem e precisam ser divulgados”. Raul Pinho destacou ainda que “a cobertura dos serviços em Uberlândia é invejável e a tarifa média praticada é a mais baixa dentre as 79 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes”.

Epaminondas Mendes explica que o cálculo da tarifa é baseado no consumo. “Em Uberlândia, a tarifa média é de R$ 25, e a mínima, R$ 11,76. Temos, também, a tarifa social, que pode abranger até 5% do orçamento do Dmae. Por isso, cerca de 3 mil casas, cadastradas na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, têm 100% de isenção na conta de água”, disse.

De acordo com a pesquisa do instituto, 95,54% das casas uberlandenses têm acesso à rede geral de esgoto. O diretor do Dmae garante que a rede de distribuição de água chega a 100% dos imóveis dos bairros regularizados.

Uberlândia possui três estações para o tratamento de esgoto e duas voltadas para a captação e o cuidado da água. O rio Uberabinha é um dos mananciais que abastecem os imóveis uberlandenses. “Teremos o investimento de R$ 120 milhões nos próximos quatro anos. E o orçamento de 2009 prevê um gasto de R$ 74 milhões. Tudo isso para manter a qualidade do serviço praticado em Uberlândia”, afirmou o diretor do Dmae.

Os assentamentos Dom Almir, Prosperidade, Joana D`Arc e São Francisco encontram-se no perímetro urbano de Uberlândia, mas são classificados pela Prefeitura como loteamentos irregulares. Segundo Epaminondas Mendes, a autarquia não tem autonomia para iniciar a construção de redes de água e esgoto nesses bairros.

As regiões do Morada Nova, Morada do Sol, Parque das Américas, Mansões Aeroporto e Valparaíso são citadas pelo diretor como exemplo de terrenos regularizados pela Prefeitura, mas que não possuem infraestrutura. Nas propriedades denominadas sítios de recreio, que representariam os 4,46% não incluídos na pesquisa do Instituto Trata Brasil, a coleta de esgoto é feita pelas fossas sépticas, que são aprovadas pelo Dmae.

As 10 mais

Cidade Habitantes
Franca (SP) 319 mil
Uberlândia (MG) 608 mil
Sorocaba (SP) 559 mil
Santos (SP) 418 mil
Jundiaí (SP) 342 mil
Niterói (RJ) 474 mil
Maringá (PR) 325 mil
Santo André (SP) 667 mil
Mogi das Cruzes (SP) 362 mil
Piracicaba (SP) 358 mil

Fonte: Instituto Trata Brasil